Quando a leitura passa de um hábito saudável á obsessão? Você já parou para pensar nisso? Acredito que a maioria que lê o blog, como eu, ama ler. Adoramos nos perder dentro de mundos fantásticos escondidos nas páginas. Amamos conhecer histórias, rir e se emocionar com elas. Nunca nos cansamos de falar e debater essas danadinhas, criamos vínculos e amizades graças á elas. Quando compramos um livro, é como adotar um filho do qual vamos amar e cuidar eternamente... É amor, o mais puro amor. Mas, em excesso tudo passa. Isso se aplica aos livros?
Costumamos dizer que somos bookaholics, viciados em books, mas será que se formos literalmente viciados nesse hobbi, isso nos fará bem? É cada vez mais frequente as listinhas de " lidos no ano" ultrapassarem os 100 livros, o que é legal, parabéns, para aqueles que possuem a rapidez de leitura, o problema é que logo surgem as comparações, o " porque ele lê tão mais rápido que eu?" e o que antes era um prazer, vira competição. Cada um tem um ritmo de leitura, porém muitas vezes é difícil de aceitar esse fato, são tantos livros e novidades á nossa disposição que queremos ler rápido.
Uma linha de pensamento anda tomando conta mesmo que ocultamente dos leitores: É louvável ler 3 livros por semana, mas é chato ler 1 a cada 15 dias... não estou aqui para apontar o dedo e julgar ninguém, só venho propor uma reflexão: o que vale mais? Qualidade ou quantidade? Sou a favor da qualidade! Talvez um livro lido devagar, que é " degustado " lentamente nos marca e faz bem mais feliz do que 5 lidos com pressa... só para aumentar a listinha dos lidos. Ler deve ser prazeroso, não um ato mecânico.
Demorei a entender isso, foi só descobrir a magia dos livros que pirei e só queria ler, ler e ler. Resultado: passava aulas inteiras lendo, não estudava direito nem na escola nem em casa, andava na rua com livro na mão, lia no intervalo, ficava mega chateada quando as leituras do mês eram inferiores á 5, não queria sair de casa por causa do pc e dos meus amados livrinhos... no fim fiquei satisfeita com os números que minhas leituras renderam, mas chocada com a baderna que minha vida tinha virado por conta disso. O que era pra me distrair e divertir, estava sugando todo meu tempo, meus dias, minha alegria. Eu estava viciada.
Era hora de repensar minhas atitudes e mudar. E foi pondo os pés no chão, foi saindo dessa ditadura da leitura, aceitando que não, não sou um flash e mesmo que o dia tenha 100 horas e não conseguirei ler 200 páginas diariamente, foi entendendo que por mais que eu deseje dedicar todo meu tempo ás páginas eu preciso estudar, ajudar em casa, cumprir minhas várias atividades, viver que cheguei ao equilíbrio. Vi que ler deveria colorir meus dias e não desbotá-los e hoje sou desencanada quanto a isso. Tudo bem se ler 10,30,50 ou 100 páginas por dia, ok se demorar quinze dias ou até um mês num livro... afinal, ler não é toda a vida, toda felicidade... descobri isso da pior forma. Precisei sofrer para saber a diferença entre amar ler e ser viciada em leitura.
Por isso prefira sempre a qualidade á quantidade, saboreie sem pressa os livros e o melhor que eles tem a oferecer, seja você, leia o quanto seu ritmo permitir, sem estresse, logo você verá que tendo qualidade, o pouco se tornará muito...