Editora: Todas as falas
Ano: 2010
Onde comprar: Direto com a autora
Classificação: ( 5/5)
Sinopse: Uma pequena vila na Polônia. Uma menina repleta de vida. Um encontro. Vidas Ceifadas. Sonhos Destruídos. Infâncias Roubadas. As recordações da personagem Irena amarram o leitor na História do Século XX. Baseado no estudo dos fatos que marcaram a época, o palco da narrativa é a conturbada Europa pós Primeira Guerra Mundial, culminando com a eclosão da Segunda Grande Guerra e a destruição que ela provocou na vida de milhões de pessoas. A narradora conduz a exposição em primeira pessoa, e remete o leitor a enxergar, através de seus olhos, o cotidiano a que ficou submetida. É um relato humano, sincero e envolvente que revela a passagem da vida infantil feliz da menina, para o tumulto da existência adulta, cheia de contradições.
Irena nasceu em uma grande família camponesa, no interior da Polônia pouco depois da primeira guerra mundial. Desde cedo descobriu que a vida podia ser dura mas ainda assim feliz, eram muitas as dificuldades enfrentadas por sua família que com amor sempre as derrubava. Aos 4 anos, no enterro de sua irmã Anna ela conhece Jacob, filho de um médico judeu, doutor Yossef, antigo conhecido da família que logo se tornaria seu amigo e mais tarde, seu grande amor. O tempo passa, e o destino prega uma bela peça em Irena. Jacob acaba se casando com uma judia, Ewa, como era seu dever,deixando Irena desconsolada. Doente de amor, ela tenta seguir em frente. Casa-se e se muda para a Bielorrússia com Rurik, um bom rapaz ao qual aprende a amar e com quem tem dois filhos, Jan e Bogdana, que morre dias depois do nascimento. Mal sabia Irena que a guerra estava prestes a entrar em sua vida, não poupando nem ela e a sua família, nem seu povo que nada tinham a ver com aquela atrocidade. Ela logo sentiria na pele a segunda guerra mundial, sua brutalidade e consequências: vidas roubadas, sonhos destruídos, miséria. E teria de lutar bravamente para sobreviver em meio a esse mar de dor e lágrimas.
Quando escolhi Apátrida para ler, tive minhas dúvidas. Literatura nacional, nunca boto muita fé, confesso, mas arrisquei e me surpreendi. A história é bela, forte e impactante. Nos revela verdadeiramente o que foi o nazismo, uma insanidade que destruiu todos a sua volta, inocentes e até seus árduos seguidores. O livro nos passa claramente essa mensagem: na guerra não há vencedores, todos são perdedores, e ela é reforçada a cada página e parte. Amo cultura antiga, história e adorei Apátrida, que é mais que uma aula sobre Segunda Guerra, ele nos faz reviver, em tempo real todos os horrores desse período. Além disso é bem construído, rico em detalhes, expressões estrangeiras, cheio da problemática cultura daquela época. Percebe-se o grande conhecimento que a autora Ana Paula Bergamasco tem sobre o que escreve e isso só foi benéfico á estória, pois todas essas informações dão mais veracidade ao livro, que em momento algum é raso, muito pelo contrário, ele não perde nada em comparação a outras obras do mesmo tema.
Adoro livros em que sou capaz de me apegar aos personagens, como se os conhece-se, os amasse e foi isso que aconteceu. Irena tem uma grande família e fui capaz de sentir afeição por cada membro dela. Sofri e torci por suas vidas, pelos pais Jan e Anninka, pelos irmãos, Antony, Maria, Andrzej, Jan... Me apaixonei por Rurik, um esposo tão bom, senti pena e raiva de Jacob, um homem dividido entre sua religião e seu grande amor, assim como todos os outros a sua maneira me conquistaram, doutor Yossef, Ewa, Alfons, Jan, Bogdana. (filha de Jacob criada por Irena.) Apátrida também me fez refletir: não estamos nos tornando cada vez mais insensível ao outro? Desde sempre, ainda hoje pessoas nos quatro cantos do mundo, a todo instante sofrem horrores até bem piores que pelos quais Irena e esses personagens que tanto amei conhecer passaram. Não podemos fechar os olhos para a realidade, guerras, miséria, seres humanos como nós perdendo entes, bens, a vida, dignidade.
É interessante como a autora narra a estória ora no passado, ora com Irena já na meia idade e vamos descobrindo seu destino, tudo vai se encaixando magistralmente e os destinos dos outros personagens se entrelaçam e pouco a pouco também vão sendo esclarecidos. Como tudo foi bem pensado! Tornou trama ainda mais real. Aplausos.
É interessante como a autora narra a estória ora no passado, ora com Irena já na meia idade e vamos descobrindo seu destino, tudo vai se encaixando magistralmente e os destinos dos outros personagens se entrelaçam e pouco a pouco também vão sendo esclarecidos. Como tudo foi bem pensado! Tornou trama ainda mais real. Aplausos.
Apátrida. Um livro grandioso. Que comove, choca e nos transporta para uma época negra da história humana. Um relato, de uma vida sofrida, de uma mulher forte que enfrentou o pior. Merece ser lido. Só tenho a criticar os poucos diálogos, o tom formal e as várias palavras difícieis que surgem ao decorrer da leitura,por vezes cansa, mas nada que prejudique muito a qualidade da obra. Vamos prestigiar nossa boa literatura. Leia Apátrida e conheça Irena, personagens encantadores e um pouco mais sobre o monstro que foi a 2ª guerra mundial, você não vai se arrepender!
Parabéns pela resenha Geovanna! Já li Apátrida e amei! Chorei litros com esse livro! Beijos!
ResponderExcluirOi Gi!
ResponderExcluirBom, não tenho mais problema algum com a literatura nacional. Antes de começar a ler vários, eu tinha esse preconceito também, mas, depois de tantos livros excelentes que li, nem me importo mais de ser ou não nacional. Aliás, dentre todos que li em janeiro, meus favoritos foram nacionais.
Apátrida deve ser excelente, só ouço comentários ultra positivos sobre ele, e é exatamente por isso que evito lê-lo. Não gosto de histórias desse período por serem muito tristes, e quanto melhor e mais real o livro, maior é minha tristeza. Assim, prefiro não ler do que ficar melancólica hehe
Beijão!
Primeira resenha que para para ler toda desse livro,a resenha me lembrou A menina que roubava livros e com certeza lerei um dia.
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