Literatura Young Adults, abreviada como YA (traduz-se jovens-adultos) ou Ya-Lit está ganhando conhecimento no Brasil e pode ser definida como Literatura para pessoas de 14 a 21 anos. Separa-se de Literatura infantojuvenil por deixar de lado a ingenuidade dos protagonistas e concentrar-se em temáticas mais adultas.
É verdade que cada vez mais esses livros são lidos, nos últimos anos cresceu significantemente o número de traduções de YA no Brasil, também é fato que eles abordam temas jovens, e que como os jovens eles sofrem preconceitos. É comum associarem esse tipo de leitura como vazia, inapropriada, de entretenimento. Em outras palavras: ruim. Já ouvi coisas desagradáveis e muitos também do tipo: Porque você lê isso? Vai ler alguma coisa que preste! Mas porque tanta intolerância? Recentemente o jornal WSJ publicou um artigo polêmico sobre os livros YA (youg adult-jovem adulto) que transmite bem essa idéia. Ele os definiu da seguinte forma: YA books = má influência + futilidade + lixo.
O jornal alegou que nesses livros só se encontra sexo, violência, irresponsabilidade e tudo de ruim que se pode imaginar.Que esse tipo de leitura é altamente manipuladora, do tipo: personagem sobrenatural matou por dinheiro, logo o leitor vai matar por dinheiro. Dizendo assim indiretamente através de uma mãe inconformada com o YA, que os jovens que são os maiores leitores da categoria são ingênuos, não sabem fazer suas próprias escolhas, não tem opinião, podendo ser corrompidos pelos Jovem Adulto que são totalmente imorais, lixo em palavras segundo sua visão. A matéria movimentou escritores, leitores de ambas opiniões: tanto contra tanto a favor da posição do jornal, que acabou criando uma tag bombada no twitter sobre a polêmica: #YAsaves e também uma discussão que ainda dá o que falar: Os YA books podem ser considerados como literatura relevante?
Opinião deprimente a do jornal se querem saber o que acho. Parcial, antiquada, cega. Para mim o verdade inocente é o jornal. Pois para dizer que em YA só há porcaria tem de ser ingênuo mesmo. Nunca deve ter lido nada da categoria, nunca topou com Jogos Vorazes e sua crítica a sociedade, ou com Harry Potter que tinha tudo para fazer o mal e escolhe até o fim o bem, ou com os Chick- Lits que com sua leveza são capazes de abordar temas profundos e todas as mensagens incríveis que já encontrei nesses livros . Admito, existem também YA ruins mas livro péssimo existe em qualquer gênero, classificação, só para constar! Não é porque um livro envolve adolescentes e todas as suas preocupações, porque contém fantasia, ou seres sobrenaturais que são ruins, que não transmitem nada ao leitor. É possível sim aprender e se divertir ao mesmo tempo.
É o que acontece quando leio esses livros. Mas o que a maioria bate o pé e defende é que só se aprende com livros adultos e clássicos. Que as vezes estão longe da realidade do jovem, a linguagem, a época não lhe agradam, ele não consegue se adaptar. Não estou desvalorizando os clássicos e afins, só que temos que admitir que os tempos são outros e que a leitura de Dom Casmurro pode não empolgar tanto como a de Percy Jackson por exemplo.Então invés de querer enfiar goela abaixo esses livros porque não apoiar livros que interessem esses jovens leitores que possam transmitir tão bem valores, lições, livros que acrescentam tanto quando outras leituras? Querem ou não os YA tem seu valor e a prova são os milhares de leitores que começaram deles. Acredito por outro lado que temos de ler de tudo,é legal dar uma chance aos livros de renome e tentar coisas novas pois eles também tem algo a oferecer.Não devemos limitar a leitura. Leio várias coisas que nem são YA, nem são famosos, e não escondo.Aposto que se algumas histórias clássicas fossem adaptadas para o público jovem fariam sucesso e visse versa. Vamos banir o preconceito. Defensores de livros adultos não torçam o nariz o YA e defensores dessa categoria não torçam o nariz para outras leituras. Livro é livro sempre. Abaixo a julgamentos injustos. Vamos ler mais e respeitar a opinião alheia. E para terminar deixo aqui um trecho da entrevista que fiz com a Íris Figueiredo que traduz tudo o que sinto em relação ao assunto.
Qual é a sua opinião sobre a polêmica que envolve os YA books, de ser ou não ser literatura relevante?
Íris - Acho inútil discutir a relevância - ou irrelevância - dos YA books quando isso tem levado muita gente a se interessar pela leitura. Os livros tem princípios neles que podem ser aproveitados, são divertidos e ainda ajudam aos leitores se interessarem por outras coisas - como a galera do Clube, que só foi buscar os clássicos que eram lidos por obrigação na escola por causa dos YA Books. Nada que é forçado é bom, os YA books são lidos por vontade própria e fazem os leitores irem além! Jovens nunca leram tanto como atualmente. É idiotice ficar brigando por relevância literária, coisa de gente chata e que não tem o que fazer.
E você? Solte sua voz! O que acha dos YA books? Qual a sua opinião?
Concordo totalmente com você! Acho pura ignorância do jornal ter dito que YA books é lixo e má influência. Bom, tenho que concordar que alguns livros não são tão bons quanto outros, mas ainda assim, isso não lhes dá o direito para eles falarem mal dos YA books. Como você disse, esses tipos de livros estão fazendo com que os jovens leiam com mais frequência. Eu acho que todo tipo de livro ensina alguma coisa, e isso é um preconceito com os YA books e como diz a Íris Figueiredo: " É idiotice ficar brigando por relevância literária, coisa de gente chata e que não tem o que fazer".
ResponderExcluirBeijos.
wakeupthe-world.blogspot.com
Concordo completamente com você. Já perdi as contas de quantas reflexões positivas tirei desses livros, além do que leitura nenhuma é disperdiçada.
ResponderExcluirQualquer um que goste de livros tem que ter mente aberta para estar disposto a ler de tudo, mesmo que não goste de tudo. Todos temos nossas preferências, bem como todos os gêneros possuem livros ruins, isso não é exclusividade de YA books. Além do mais, dizer que os leitores dessa faixa etária não têm opinião própria, são inocentes, é um absurdo. Metade dessa faixa etária é maior de idade e, por consequuência, é obrigada a votar. Então se não tem opinião, porque raios deve optar numa escolha tão importante como a do presidente (no momento, presidenta) do país? E quem disse isso com certeza não lê os blogs literários, predominantemente de pessoas dessa faixa etária, e que são forrados de conteúdo e opiniões.
Me indigni com o jornal rsrs
Novamente, parabéns pelo post! Adoro seu blog, você tá sempre trazendo assuntos novos (e ótimos, por sinal), sempre escrito muitissimo bem.
Parabéns!
Beijos!
O post está perfeito e traduz o que a maioria dos leitores realmente acha. Até porque, quem realmente lê e gosta que os outros leiam, não cria preconceitos bestas que desvaloriza qualquer tipo de literatura.
ResponderExcluirEu particularmente, adoro clássicos e adoro YA. Tem um equilíbrio na minha leitura, mas acho que não seria mais feliz se só lesse um ou outro tipo de livro.
Beijinhos
http://conjuntodaobra.blogspot.com
Adorei o post.
ResponderExcluirAcredito que cada um lê o que quer. Do jeito que o Brasil é, se cada brasileiro lesse um YA por ano, já aumentaria bastante o número de livros lido por nós, brasileiros, certo?
Por isso não penso muito no que as pessoas estão lendo, mas sim se eles ESTÃO lendo.
Eu amo YA e recomendo a leitura de vários deles para vários amigos meus. Acredito que um YA aumenta muito o gosto de um adolescente pela leitura.
Para uma pessoa ler um clássico, ela tem que começar de algum lugar. E não são de outros clássicos, porque é bem difícil alguém gostar, de cara, de uma literatura um pouco mais complicada.
Acho todo e qualquer gênero de livro válido. O interessante é o indivíduo ser aberto para conhecer e se aventurar em diversos gêneros, o que contribui enormemente na formação de opiniões mais consistentes e visão mais ampla sobre o que quer que seja. Também não jogo pedras em quem prefere restringir a leitura somente a determinado gênero de preferência e ponto. Mas comigo isso já não funcionaria. Aliás nem sei dizer com exatidão qual o meu gênero preferido, já que não é o gênero por si só que me faz mais ou menos interessada no livro.
ResponderExcluirFalar de relevância é algo subjetivo e pessoal. O que é relevante para uns pode não ser para outros. Assim como o que é relevante para mim em determinado momento, pode não ser dali a um certo tempo.
Acho que o importante é a liberdade de ler o que se tem vontade e se sentir bem dessa forma.
Bjo,
escrevendoloucamente.blogspot.com
Eu sinceramente não sabia que tinha tanta discriminação com a literatura juvenil! Achei muito desconsertante e praticamente cruel da parte de quem chama esses livros de lixo porque é o que faz a maioria dos jovens se interessar pela leitura. O que seria de nossa geração sem o Harry Potter? O jovem não se interessa por ler alguma coisa até que surja algo que ele goste, que seja empolgante e surpreendente! Assim como YA Books. Adoooro esse tipo de livro, coisas sobrenaturais, vampiros, lobisomens, seres do espaço, podem misturar todos que eu não ligo. Mais importante do que ficar criando picuinhas é incentivar a leitura =]
ResponderExcluirà propósito, você me visitou lá no Skoob hahahushu vou deixar meu endereço aqui: http://beijodemorango.zip.net
;*
Oi. Esse é o primeiro post do blog que leio e estou impressionada. Voce tem que virar jornalista querida!
ResponderExcluirAdorei o texto. Concordo totalmente com voce. Quem fala que YA não é um bom livro, não conhece Maryan Keyes. Nem outros livro ótimo que tem por ai.
Eu como voce gosto de ler clássicos de vez em quando. E falo que eu já aprendi muito mais em um chick-lit, do que em um clássico.
E eu acho que nós temos que ler para se divertir. Não só para aprender lições e aumentar a cultura. Temos que nós sentir felizes com um livro. Porque não com um YA?
Parabéns pelo texto. Sucesso..
Beeijos!
booksmylovers.blogspot.com
Acho um absurdo que livros de qualquer tipo sejam taxados como sendo de uma categoria inferior, por pertencer a tal ou tal público. Nada haver, literatura é questão de gosto, arte como um todo é questão de sintonia com os costumes e hábitos da época. Leio tanto clássicos, como livros mais leves e amo alguns, e odeio outros, dos dois tipos. Para mim, livro bom é que me intriga, e me prende. Mas aceito que um livro ruim para mim, pode ser um ótimo livro para outra pessoa.
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