Título: Razão e Sensibilidade
Autor: Jane Austen
Editora: Martin ClaretAutor: Jane Austen
Número de páginas: 298
Ano: 1811 - 2009
Classificação: (3/5)
Resenha: Razão e Sensibilidade (1811) é a história de duas irmãs - Elinor e Marianne, respectivamente a "racional" e a "sensível" -, as quais, em razão do falecimento do pai, têm de se adaptar a um estilo de vida mais modesto, em meio a uma sociedade inteiramente dirigida pelo status social.
Já ouvi falar tanto de Jane Austen que já estava inconformada por ainda não conhecer
nenhum de seus livros, famosos pelos romances femininos. Jane Austen é uma das
maiores escritoras inglesas, ocupando lugar junto ao escritor William
Shakespeare. Mesmo com tanto gabarito, suas obras nunca me chamaram atenção,
ainda mais pelos títulos, os mais famosos: Razão
e Sensibilidade, Orgulho e
Preconceito, Persuasão...
realmente, nenhum interesse em lê-los, parece algo do tipo auto-ajuda... Mas,
de tanto ouvir sobre os livros de “Jane Austen”, o clássico dos clássicos, fui
ler Razão e Sensibilidade.
Razão e Sensibilidade relata
a história de Elinor e Marianne, respectivamente a “racional”
e a “sensível”. São filhas da Sra.
Dashwood e também possuem uma irmã mais nova, Margaret; tiveram que habituar a um novo estilo de vida sem luxos
após o falecimento do Sr. Dashwood, o que as levaram a mudar-se para um chalé.
Achei a leitura cansativa e maçante, nada envolvente. Penso que muitos discordam de mim! Os homens,
os pretendentes, não são príncipes encantados, o que me espantou pois pensava
que os romances feministas de Jane Austen eram feitos para se sonharem com os
homens perfeitos, rsrs. Mas, muito pelo contrário, Edward, Willoughby, coronel
Brandon, são homens são indecisos,
fracos, covardes, canalhas, fanfarrões ou velhos. Personagens sem muita
personalidade. Em minha opinião, muito previsível.
Elinor, a racional,
dissimula seus sentimentos sempre com muito autocontrole. Já Marianne, a sensível, expressa com
exagero o que sente, o que irrita bastante, crises de histeria, chorando o
tempo todo, irritante mesmo. Há uma discrepância entre as duas irmãs nesse
ponto notável, embora de forma que as duas se completem.
Elas vivem em meio a uma sociedade egoísta,
ambiciosa e que dá mais valor ao dinheiro e ao status do que a coisas mais necessárias, como o amor, a amizade, a união.
Uma crítica ainda presente nos dias atuais.
Mesmo com alguns pontos negativos no livro, o
que achei de mais interessante ao lê-lo foi reparar os costumes e os hábitos
naquela época. Relançado sempre, os livros de Jane Austen não se perdem no
tempo, mesmo com descrições de lugares, trajes, paisagens e mesmo na linguagem
usada próprias da época abordada. Adoro esse aspecto histórico num livro, de
estar entendendo melhor sobre determinado assunto e determinada época. Até
porque, afinal, clássico é sempre clássico.
Dani Côrtes
AAin dani faz isso comigo não, detesto leituras maçantes e estou com livro de parceria aqui da Jane austein :/ ( um especial 3 volumes).
ResponderExcluirTambém imaginava os homens perfeitos da época medieval kkkk
Espero gostar da história mais que você!:s
beijoo
Brenda Lorrainy
cataventodeideias.com
Ótima resenha, mesmo não tendo gostado muito me deu vontade de ler!
ResponderExcluirEm livros assim realmente é interessante observar o contexto histórios, os costumes e bem dito, clássico sempre é clássico né, heheheh
ResponderExcluirAté hoje, nunca li nenhum dos livros da Jane Austen, mas ouço falar bastante deles, principalmente de Orgulho e Preconceito, que acho que tem filme baseado nele. Mas a frente quero ver o filme, porque não sei quando poderei ler o livro.
Oi Dani!
ResponderExcluirEsses pontos que você não gostou são os que mais me encantam nas obras da Jane. Eles retratam muito bem a sociedade daquela época e os personagens, são, acima de tudo, reais, sem deixar de nos encantar. Eu pelo menos me encantei e muito com Willoughby, o que me fez não gostar do fim desse livro!
Não acho a escrita dela cansativa hehe...Acho que é bem típica de clássicos e, por isso, diferente do que estamos acostumados.
Te recomendo Persuasão, é o meu favorito dela e, na minha opinião, o mais romântico de todos! Porém, o queridinho dos leitores é Orgulho e Preconceito, o segundo no meu ranking!
Beijos!
Oi, Dani!!
ResponderExcluirSempre bom ler resenhas de um clássico. Quase tão bom quanto ler o próprio livro. Já li e gosto muito do eixo temático, apesar de concordar que, por diversas vezes, ele se torna cansativo.
Parabéns pela coluna!
Abraços fraternos :)
Para quem prefere uma linguagem mais pop e ágil, os livros de Austen não são recomendados, sob pena de serem interpretados como cansativos. Mas se a intenção é saborear as palavras, deixar que os cenários rurais dos arredores de Londres desenhem-se pouco a pouco na mente, ou se o objetivo é refletir e tecer paralelos entre os costumes e o comportamento da sociedade de ontem e a de hoje, vale muito a pena.
ResponderExcluirRazão e Sensibilidade, um dos seus livros mais famosos, levado ao cinema com a fascinante Emma Thompson, é uma crônica perfeita não de época, mas de sentimentos humanos atemporais. Embora as caçadoras de marido – presentes ao longo de toda a obra – tenham mudado a forma de vestir-se, ainda existem nos dias atuais, disfarçadas de “marias chuteira” e correlatas.
A obra é uma crítica apurada dos hábitos da indolente aristocracia britânica dos anos 1800, mas se repararmos bem, muito do que ela descreve, mudando-se o cenário e a indumentária, aplica-se a sociedade atual.
Elinor Dashwood e sua irmã funcionam como alter-egos da autora. A primeira, numa comparação simplista, pode ser associada à razão do título. É discreta, muito madura para seus 19 anos, observadora sagaz do mundo que a cerca, cheia de valores morais que em determinados momentos até fazem-na assumir ares de superioridade.
A segunda Dashwood é o lado mais revolucionário de Austen, mais nova, Marianne é a pura sensibilidade, passional, envolvente, pulsante. Junto da irmã, Elinor parece uma morta-viva. Enquanto Marianne, ao ser comparada com a capacidade de autocontrole da irmã mais velha, beira a esquizofrenia.
O mundo descrito por Jane Austen é carregado de segredos e subterfúgios, envolto em preconceitos, muitos ditados pela ignorância. É a época da histeria feminina, do confinamento forçado que levava as moças às crises de nervos e que contribuía para o controle masculino sobre a sexualidade e o comportamento femininos.