Ano: 2011
Editora: Intrínseca
Onde comprar: Submarino / Saraiva
Classificação: (4/5)
Sinopse: Em uma noite chuvosa de fevereiro, Sam é morta em um acidente de carro horrível. Mas em vez de se ver em um túnel de luz, ela acorda na sua própria cama, na manhã do mesmo dia. Forçada a viver com os mesmos eventos ela se esforça para alterar o resultado, mas acorda novamente no dia do acidente. O que se segue é a história de uma menina que ao longo dos dias, descobre através de insights desoladores, as conseqüências de cada ação dela. Uma menina que morreu jovem, mas no processo aprende a viver. E que se apaixona um pouco tarde demais.
12 de Fevereiro. Dia do cupido. Quantas rosas Samantha vai ganhar de admiradores perdidos pela escola? Será que ultrapassa o imenso número de Lindsay? Apenas mais um dia na vida de Sam, uma das quatro garotas mais populares do colégio Thomas Jefferson que divide o reinado ao lado de suas melhores amigas: Ally, Elody, Lindsay, o grupinho mais invejado e imbatível da escola. Ela tinha tudo, beleza, o namorado mais cobiçado, as melhores amigas que se podia querer e aquele dia parecia mais um dia comum, cercado de farra, aulas perdidas, bebidas, cigarros, beijos, festas bombadas, a popularidade não impunha limites, tudo o que quisessem, teriam, e ela e as amigas sempre souberam bem como aproveitar tudo: zombaram por vários anos de muitos colegas, é o caso de Juliet Sykes, Anna e Kent Mcfuller, vítimas da infantilidade desenfreada das garotas... Mas uma coisa preocupa Sam, á noite ela terá sua primeira vez com o namorado e não está totalmente certa de estar preparada, a única coisa que ela não sabe é que esse momento nunca chegaria, um acidente de carro tiraria sua vida e de alguma forma, durante sete dias ela acorda em sua cama no dia 12 fevereiro tendo a benção/maldição de reviver o mesmo dia várias vezes. Na busca desenfreada por uma luz, o fim daquele martírio eterno ela descobre que a saída é mudar. Concertar os erros que antes ela nem considerava que existiam, nesse processo ela começa a ver as coisas, realmente, ela passa a ver sua vida com outros olhos e lentamente vai mudando, mudança essa que infelizmente, ela teve de estar morta para acontecer....
Lauren Oliver está sendo muito falada, por seus dois livros e sinto o dever de louvar a autora também. Ela tem uma escrita verdadeira, simples.O enredo é extremamente criativo, coisa rara hoje em dia! Francamente, vejo muito "livro-xerox" e sempre torço por uma coisa original,e uma menina que revive seu último dia várias vezes não é algo que se encontre todo dia. A ideia de cada vivido ser um capítulo é boa e o livro emociona qualquer um sem ser piegas. A autora tem o dom para surpreender usando do velho. Sam revive o mesmo dia de novo e de novo e quase desesperei, não sabia como Oliver faria para inovar a cada capítulo, mas a ação veio na hora certa, juntamente com as mudanças em Sam, enquanto a personagem passava da menininha insuportável a uma "nova pessoa". As coisas se alteraram naturalmente trazendo novidade a leitura sendo impossível largar o livro, logo nada corria o risco de ser previsível!
Lauren escreveu de forma que não temos escolha senão se colocar no lugar e entrar na pele de Sam. Sentir seu drama, seu medo. Ela é uma menina que no início é fútil e inconsequente, bem lá no fundo é um fantoche das amigas, altamente influenciável. Ela toma suas decisões de acordo com o que Ally, Elody e principalmente Lindsay pensa e com o tempo foi se tornando o que elas são: pessoas vazias que não tem limites. O mais chocante é ver como seus olhos vão se abrindo os olhos e ela vai vendo sua antiga vida com outros olhos, acompanhamos seus conceitos sólidos sendo mudados, ela vê que antes amor de sua vida é na verdade um idiota e que seu amigo de infância que ela tanto debochou é o cara certo, ela percebe que sua família que antes considerava uma perda de tempo tem muito valor, ela vê que talvez Juliet Sykes e Anna não mereçam tanta humilhação, que elas não são diferentes dela. Surgem dilemas, os arrependimentos, as oscilações, há dias que ela se esforça em mudar, outros que faz tudo errado, afinal: se estava morta e cada dia eternamente seria o mesmo, porque se preocupar?
Os outros personagens são igualmente profundos, errantes, fascinantes. Pouco a pouco vamos conhecendo suas histórias, suas entranhas, suas fragilidades, seu íntimo, aquilo que está por trás da fortaleza falsa que cada um é! Um dos temas principais do livro assim como a imaturidade e rebeldia da adolescência é o bullyng. Sua visão sobre esse assunto polêmico se mistura com os personagens e reafirma a ideia de que só atacam o outro com medo de serem atacados, de que suas fragilidades sejam expostas. É aí que entra o grupinho de Sam e própria que mesmo que não admitam fazem piadinhas sobre os outros por diversão e medo de ser a vítima. Me identifiquei com Juliet que apareceu pouco, mas foi a chave da estória, forte, machucada, dona de um segredo e Kent, o menino que mesmo sendo ignorado não desistiu da garota que ama.
Como já falaram, esse não é um livro onde o foco é o que virá, e sim os sentimentos, a angústia de uma pessoa presa em seu último dia, em sua morte. Para ler, refletir, se emocionar,e apesar de não ter chorado uma das cenas me marcou, a qual Sam está no Goose Point com a irmã que ela tanto rejeitou e tarde demais ela percebe que Izzy era valiosa, de que queria vê-la crescer, se tornar uma mulher e simplesmente não tinha mais tempo. Amei esse momento. Só tenho uma má crítica a fazer, talvez Lauren devesse ter caprichado um pouquinho mais nas mudanças de Sam, atirem pedras mas é o que acho e também na última cena do livro, fiquei meio "Whats?" Talvez uma boa solução seria um spin-off, esclarecendo mais sobre o fim da luta interminável de heroina, sobre o que aconteceu com ela, uma continuação alá Radiante contando sobre Izzy, não sei, só sei que era preciso um final mais claro. Mas nada disso atrapalhou que eu adorasse o livro. Amei. Como não amar um livro que me fez pensar? "Se eu tivesse de reviver um dia, ele seria um inferno ou o paraíso?" "Se eu tivesse uma segunda chance?" Digo apenas para que leiam e revivam dias de uma leitura marcante.
Vou deixar aqui trechos de uma música que amo muito: Por enquanto.Junto com I dreamed a dream para mim essa é a trilha perfeita de Antes que eu vá, quase uma metáfora do livro...
Como já falaram, esse não é um livro onde o foco é o que virá, e sim os sentimentos, a angústia de uma pessoa presa em seu último dia, em sua morte. Para ler, refletir, se emocionar,e apesar de não ter chorado uma das cenas me marcou, a qual Sam está no Goose Point com a irmã que ela tanto rejeitou e tarde demais ela percebe que Izzy era valiosa, de que queria vê-la crescer, se tornar uma mulher e simplesmente não tinha mais tempo. Amei esse momento. Só tenho uma má crítica a fazer, talvez Lauren devesse ter caprichado um pouquinho mais nas mudanças de Sam, atirem pedras mas é o que acho e também na última cena do livro, fiquei meio "Whats?" Talvez uma boa solução seria um spin-off, esclarecendo mais sobre o fim da luta interminável de heroina, sobre o que aconteceu com ela, uma continuação alá Radiante contando sobre Izzy, não sei, só sei que era preciso um final mais claro. Mas nada disso atrapalhou que eu adorasse o livro. Amei. Como não amar um livro que me fez pensar? "Se eu tivesse de reviver um dia, ele seria um inferno ou o paraíso?" "Se eu tivesse uma segunda chance?" Digo apenas para que leiam e revivam dias de uma leitura marcante.
"Fale a verdade: você se surpreendeu por eu não ter percebido isso antes?
Surpreendeu-se por ter demorado tanto a sequer pensar na palavra – morte?
Morrer? Morta? Você acha que eu estava sendo tola? Ingênua?
Tente não me julgar. Lembre-se de que somos iguais, eu e você.
Também pensei que fosse viver para sempre."
Vou deixar aqui trechos de uma música que amo muito: Por enquanto.Junto com I dreamed a dream para mim essa é a trilha perfeita de Antes que eu vá, quase uma metáfora do livro...
Tá tudo assim tão diferente, se lembra quando a gente, chegou um dia a acreditar
Sem saber que o pra sempre sempre acaba... Mas nada vai conseguir mudar o que ficou, quando penso em alguém só penso em você e aí então estamos bem...
Mesmo com tantos motivos pra deixar tudo como está, nem desistir nem tentar agora tanto faz, estamos indo de volta pra casa..."
Gi, arrasou na resenha!
ResponderExcluirEstou doida pra ler o livro há tempos!
Gosto do fato da linguagem ser simples e ótima, da história ser criativa e reflexiva, de haver uma complexidade e profundidade na personagens.
Quando ler, opino sobre o que você achou negativo!
Beijos!
P.S: Amei a escolha das músicas!
Gostei muito da resenha.
ResponderExcluirEsse é o meu livro mais desejado. Infelizmente estava bem carinho na Bienal.
Beijos!
Mari | http://brincandocomlivros.blogspot.com/
Olá, conheci o blog hoje e estou encantada com tamanho talento e cuidado com as palavras.
ResponderExcluirEsta foi a primeira resenha sua que li e estou maravilhada com ela.
Já li outras resenhas sobre este livro, porém a sua, tão detalhada e com fervor, me instigou ainda mais a querer lê-lo... não é atoa que ele está dentro da minha lista de Metas de Leitura de 2012.
Adorei a escolha das músicas, mas em especial a ''Por enquanto - Cassia Eller''; música mais do que linda! Adoro!
Beijos. @jeeh_castro